sábado, 20 de dezembro de 2008

Carta aberta aos governos do mundo

Por Emanuel de Nazaré 20/12/2008 às 02:24


NÃO ESQUECEMOS!

Hoje, dia 20 de dezembro, é um dia de luto para o mundo. Pessoas por todo o globo estão reunidas para relembrar e protestar contra todos que morreram nas mãos dos governos. Por isso, estamos aqui hoje para manifestar nosso profundo pesar e desaprovação frente as atitudes deles, e para confirmar o diagnóstico da doença de que todos os governos sofrem: o autoritarismo. Doença essa, que ataca todas as populações do mundo.

É também nosso objetivo, tornar pública a insatisfação dos que vivem sobre a corrupta tutela do Estado brasileiro, trazendo à tona as atrocidades e as atividades terroristas que ele comete contra sua própria população.

Essa carta é um alerta aos governos globais, para que entendam que a luta contra o capitalismo se faz presente na vida de bilhões de pessoas no mundo e uma saudação, aos corajosos guerreiros e guerreiras, que ousam lutar contra os cotidianos ataques à manutenção de suas vidas. Afirmamos que não passa pelas nossas cabeças permitir que toda essa violência seja feita sem resistência e solidariedade internacional. Estamos convictos de que os povos do mundo estão mais do que insatisfeitos com todo esse derramamento de sangue e disposto a tomar as rédias de suas vidas, afim de parar com tamanha violência.

Gostaríamos de deixar explícito que temos plena consciência dos motivos políticos de tamanha repressão por parte dos estados e da nítida manipulação por parte da mídia corporativa: que é manter a passividade dos que sofrem com as chamadas "reformas liberais", que não passam de uma subtração dos direitos conquistados através da luta de inúmeras gerações, que buscaram uma forma mais digna de se viver. Reformas essas, movidas pela utopia capitalista que busca um mundo onde o mercado e o lucro são os motores da humanidade. Reformas que colocam em cheque o bem-estar social, econômico, político, físico, psicológico e espiritual de todos os seres vivos do planeta, seja ele homem, animal ou vegetal. É em nome dessa utopia que Estados do mundo todo julgam-se no direito de sistematicamente eliminar vidas humanas, agindo de forma inconseqüente em relação as questões ecológicas, disseminando a ilusão da impossível sustentabilidade ecológica dentro do capitalismo.

Prova dessa postura, é o assassinato de Alexandros, morto brutalmente pela polícia grega. E também tem a cooperação de grupos nazi-fascistas, que alinhados as forças da repressão, agem de maneira covarde contra os movimentos sociais organizados pacificamente. Exigimos esclarecimentos do governo grego no que diz respeito aos relatos de tortura e maus tratos a imigrantes presos, por estarem no país na dita condição de "ilegal". Reivindicamos também, que as exigências dos imigrantes presos, que estão em greve de fome, sejam atendidas imediatamente. Bem como, a libertação imediata de todos os presos políticos do país. Manter essas pessoas atrás das grades, presas por lutar por uma vida mais digna, é um crime contra a humanidade. Atos radicais por parte da população grega não passam de uma resposta à altura do autoritarismo do governo grego.

No Brasil também somos vítimas do autoritarismo sem limites. A população brasileira sofre com violência cotidiana por parte da polícia. Jovens são mortos, apenas por serem suspeitos. Crianças são mortas e seus assassinos são absolvidos pela dita "justiça" e continuam a andar pelas ruas com as mãos sujas de sangue. Sofremos com uma polícia que se consolidou durante a ditadura militar e que, até hoje, opera da mesma forma. Atira primeiro para perguntar depois. Não esquecemos de nada. Queremos a punição dos torturadores e assassinos do período militar bem como a punição dos atuais. Não através da justiça do estado, feita pelos ricos e poderosos do país, mas através da justiça popular.

Mídia Independente

Nenhum comentário:

Postar um comentário

manifeste-se