sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ian Tchagra Little - Entre Reinos

Christiania

A Cidade Livre de Christiania é uma comunidade independente e autogestionada localizada na cidade de Copenhaga, Dinamarca.

A antiga área recém abandonada de bases militares de Badsmandsstraedes Kaserne, localizada nas proximidades de Christianshavn, um subúrbio da capital dinamarquesa, foi ocupada em 1971 por alguns milhares de hippies, anarquistas, artistas e músicos, como uma forma de protesto ao governo da Dinamarca.

Naquela época, muitas pessoas provenientes de diversas grandes cidades dinamarquesas sentiam-se traídas pelo governo, acreditando haver certo descaso quanto ao sistema habitacional por parte dos políticos e seus representantes. Os primeiros ocupantes da área que mais tarde viria a ser nomeada de Christiania tinham como ideal comum a rejeição a certos valores morais e convenções sociais e, principalmente, aos ideais capitalistas que assolaram a Europa no contexto pós-Segunda Guerra Mundial. Os habitantes de Christiania também queriam um espaço verde e aberto, para que pudessem criar seus filhos longe do crescente tumulto de Copenhaga.

O espírito da comunidade de Christiania foi logo permeado por valores comunistas e do movimento hippie, num contraste com a idéia original de ocupar a área como um mecanismo de defesa e refúgio.

Tentativas judicialmente legais feitas por órgãos estatais para a retirada dos habitantes de Christiania (tidos como "indesejáveis perturbadores da paz e da ordem" pelos outros moradores de Christianshavn e Copenhaga) fracassaram devido ao enorme número de pessoas e à enormidade da área ocupada. Seus moradores passaram então a tratar Christiania como uma „Experiência Social“, até que o uso e o destino das terras fosse finalmente decidido. Em contrapartida, os ocupantes consentiram em arcar com as despesas de água e energia eléctrica.

Os actuais moradores de Christiania referem-se a si próprios como moradores de uma cidade livre, administrativamente independentes das autoridades nacionais. Moradores ainda mais formais tratam Christiania como uma Comunidade Autónoma.

Christiania oferece uma infinidade de atracções artísticas e intensa vida cultural. A arquitectura individualista e pitoresca, bem como a planta da comunidade são as expressões e marcas de um estilo de vida alternativo lá representado. Todos os tipos de serviços passaram a ser introduzidos e oferecidos à população ao longo dos anos: desde a recolha de lixo e limpeza das ruas, até serviços de correio e escola. Não há contratos de aluguéis nem propriedades de imóveis, de modo que cada um mantém uma relação muito pessoal com a casa a qual habita. A solução de conflitos e problemas comunitários é feita democraticamente e baseada em consenso geral, de modo que cada indivíduo possui responsabilidade na manutenção da ordem no âmbito da comunidade. Não existe polícia, portanto reuniões e encontros de caráter diverso são organizados com o objectivo de se tomar decisões em favor da comunidade e de se propor intervenções quando se fizer necessário, podendo um membro receber como „Penalidade Máxima“ a exclusão permanente da comunidade. Não obstante, parte dos habitantes não pertencem integralmente à comunidade, e muitos trabalham inclusive além das fronteiras de Christiania, pagando impostos regularmente ao governo dinamarquês – e, ao mesmo tempo, parte à administração da cidade livre.

Carros e as chamadas "drogas pesadas" são proibidos em Christiania. Já o consumo de drogas tidas como "leves" passou a ser tolerado dentro dos limites da comunidade há cerca de trinta anos pelo governo dinamarquês. Entretanto, em 16 de Março de 2003, autoridades evacuaram a rua Pusher Street, que se tornou conhecida como ponto de venda de maconha – uma atracção turística –, e prenderam mais de 50 negociadores da erva. Mas não sem consequências futuras, como se constataria mais tarde: sem a „grande sensação“, o fluxo de visitantes e turistas dentro de Christiania quase cessou, e com isso também a entrada de dinheiro na comunidade, trazendo problemas financeiros à cidade livre, que ainda hoje persistem.

fonte:wikipedia

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

The Corporation

Parte 1



Parte 2



Se não conseguiu ver:
Parte 1 - Parte 2

Domigo 9:Meia

O que é Domingo Nove e Meia?


"Estamos todos na sarjeta, mas alguns olham para o céu..."
É um evento mensal, anticapitalista, horizontal e autônomo. Vem criando um local de convívio, festividade e alegria nas ruas, fazendo possível a troca de experiências, informações, materiais, técnicas, bactérias (e olhares!), etc... A mais de um ano dando um sacode no centro de BH..

Todxs podem interagir com os acontecimentos, como:
- participantes
- realizadorxs de atividades
- e/ou gestorxs.

Mais participação, menos expectativa!

Quando e onde?

Dia: Todo 1º domingo do mês
Hora: 9h30 às 13h30 Local: Debaixo do Viaduto Santa Tereza,
no centro de Belo Horizonte, um espaço de frente à Serraria Souza Pinto, ao lado da Estação Ferroviária, Estação Central de Metrô, pertim do Parque Municipal!

Espaço Estilingue


ESPAÇO ESTILINGUE é um organismo autônomo e coletivo situado na Sobreloja 35, do Edifício Maleta, hipercentro de Belo Horizonte .


Notícia Importante!
O Y estava com os dias contados por causa do abandono da maior parte de suas atividades e falta de investimento de grana. Ainda estamos em crise, mas vencendo. Você pode contribuir e participar pra que o espaço continue aberto e ativo.


Sobrevivendo
Pessoas como você estão colocando em prática e criando idéias de como fazer o espaço sobreviver.
Veja que idéias são, inclua, troque e pense em como fazer funcionar clicando aqui.

www.lojagratis.tk


Onde?
Loja no último andar do Mercado Novo.
Endereço: Av. Olegário Maciel c/ Rua Tupis, Centro - Belo Horizonte
Suba pelas escadas rolantes ou pela rampa. Pode subir de cadeira de rodas ou de bicicleta também!


O espaço está precisando de
Pessoas pra ficar na loja por um turno (manhã ou tarde) pelo menos um dia por semana.
Isolamento contra infiltrações na laje: conseguimos telhas, falta instalar um telhado.
Doações para a loja grátis.
Voluntárixs!

Estudantes incendeiam bancos e comércios no 19º dia de protestos na Grécia

Três concessionárias estrangeiras de automóveis, uma agência bancária e um edifício do governo foram incendiados na madrugada desta quinta-feira em Atenas, no 19º dia de protestos desde a morte do adolescente Alexis Grigoropoulos, no último dia 6, assassinados a tiros por um policial.

Desde a morte de jovem, gregos vivem a maior onda de protestos dos últimos 30 anos
O primeiro ataque ocorreu contra a entrada de um banco no bairro Palio Faliro, zona sul da capital. Os estudantes explodiram uma bomba feita com um butijão de gás e destruíram parte da agência.

Duas horas depois, os estudantes atiraram latas de gás em três carros de uma concessionária da Citroën, no centro de Atenas.

Três carros da concessionária da Opel [marca da GM] também foram atingidos. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, que acontecem após a maior onda de protestos violentos na Grécia nas três últimas décadas.

Na última terça-feira (23), durante uma manifestação pacífica, os jovens anunciaram o fim do "primeiro ciclo" de protestos. O movimento, conforme os estudantes, seria retomado no próximo dia 9 de janeiro, depois das festas de fim de ano.

Nesta semana, um furgão policial foi alvo de tiros disparados do campus universitário de Atenas com dois fuzis de tipo Kalashnikov, sem vítimas.

A organização desconhecida "Ação Popular" assumiu a responsabilidade pelo atentado através de uma ligação telefônica na quarta-feira ao jornal digital "Zougla.gr".

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

John Zerzan - Futuro Primitivo

John Zerzan (1943) é um anarquista norte-americano que se destacou na segunda metade da década de 1980. Enquanto filósofo e escritor, é considerado um dos expoentes do anarcoprimitivismo.

Os seus trabalhos focam o processo de origem e as consequências do surgimento da civilização industrial de massa, bem como a sua inerente opressão, defendendo, assim, formas inspiradas no modo de vida das sociedades humanas Pré-modernas como modelos de sociedades plenas de liberdade. Algumas das suas críticas mais desafiadoras estendem-se ao processo da domesticação, à linguagem, ao pensamento simbólico (como matemática e arte) e à conceituação de tempo.

Download do livro: Futuro Primitivo

Em 5 Segundos (parte1)

Em 5 Segundos (parte2)

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A sociedade do espetáculo - Guy Debord

Download do livro "A sociedade do espetáculo"

Download livros Michel Foucault

livros de George Orwell


Livros para download(.pdf):

Catador é torturado por policiais militares em Goiânia


No dia 03 de dezembro de 2008, o catador Daniel Ferreira Barbosa, 20 anos, associado da ACOP - Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, membro do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, estava reciclando o seu carrinho de papel em frente ao galpão da ACOP, Jardim América, quando foi abordado pela viatura n.o. 3562 da polícia militar por volta das 14 horas.

O tenente e seu subordinado, de nome Inocêncio, ao ver os cartuchos de impressoras no carrinho de Daniel acusou-o de haver roubado uma empresa. Daniel explicou que aqueles cartuchos foram doados por uma gráfica.

Os policiais colocaram Daniel na viatura e disse que o levaria até a gráfica para ele provar que havia sido doada. Entretanto Daniel, pressionado, não conseguia lembrar o local da gráfica e começou a ser torturado pelos policiais. Eles pararam em uma rua deserta, colocaram as algemas de forma bastante apertada. Começaram a enforcar Daniel de forma tão brutal que ele chegou quase a desmaiar. Davam coronhadas em suas virilhas, nos braços, no cotovelo. Os policiais ameaçavam levar Daniel para a beira do rio da T-9 e o matar. Ameaçavam também acusá-lo de tráfico implantado drogas em seus pertences.

Depois de muita tortura física e psicológica, os policiais voltaram para o galpão com Daniel, os companheiros do MNCR, percebendo que Daniel havia apanhado dos policiais, afirmaram aos policiais que Daniel era inocente, que estava na associação há mais de um ano e que era trabalho honesto e não ladrão. Na frente dos membros do Movimento, o policial puxou os cabelos de Daniel arrancando uma faca para cortá-los, os membros do Movimento protestaram e na tentativa de evitar a agressão Rafael Saddi Teixeira recebeu voz para ser detido.

LEIA MAIS

Contra a tortura, o abuso de autoridade, enviem suas notas de repúdio `a secretaria de segurança pública, a ouvidoria e `a corregedoria.

Ouvidoria: ouvidoria@ssp.go.gov.br

Corregedoria: corregeral@sspj.go.gov.br

Para emails para a Secretaria de Segurança Pública clique Aqui

Movimento Nacional dos Catadores e Catadoras de Material Reciclável

Foram levados os dois para o 7.o. DP, no Setor Jardim América, lá foram humilhados e acusados por policiais do distrito e também pelo inspetor que estava de plantão naquele momento. Daniel implorava para afrouxarem as algemas, mas os policiais caçoavam dele e afirmavam que o braço dele ainda não estava roxo.

Os catadores do MNCR rapidamente foram até a empresa que havia doado o material para a associação e prontamente os donos e alguns funcionários da empresa se dirigiram até a delegacia. Lá, o dono da empresa admitiu ter doado o material para a cooperativa e explanou sua indignação com a ação da polícia que agiu sem legalidade nenhuma.

Provada a inocência de Daniel, os catadores abriram acusação contra os policiais que o torturaram. O Exame do IML - Instituto Médico Legal, conseguiu constatar algumas marcas de ação de tortura. O MNCR acusa estes policiais de tortura, calúnia e abuso de autoridade.

Ativistas são espancados e presos durante manifestação contra os leilões da ANP


Na última quinta feira, dia 18, depois de receberem uma ordem de despejo para desocupar o edifício sede da Petrobrás no Rio de janeiro, cerca de 500 pessoas dirigiram-se para protestar contra a Agência Nacional do Petróleo (ANP), responsável pela realização de leilões das áreas petrolíferas no país para iniciativa privada.

A polícia militar e a guarda municipal reprimiu com violência a manifestação com o uso de cacetetes e gás de pimenta. Aproximadamente trinta pessoas ficaram feridas e quatro foram presas.

Os manifestantes exigiam o cancelamento dos leilões, em especial, o da 10ª Rodada de Licitações do Petróleo e Gás, que a ANP anunciou para os dias 18 e 19 desse mês.

Fotos

A revolução não será televisionada



O documentário "The revolution will not be televised" (A revolução não será televisionada), filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo.

Problemas para assistir? clique aqui

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

TAZ: Zona Autônoma Temporária, Anarquismo Ontológico e Terrorismo Poético - Hakim Bey

CAPÍTULO l - UTOPIAS PIRATAS

OS PIRATAS E CORSÁRIOS do século XVIII montaram uma
"rede de informações" que se estendia sobre o globo. Mesmo sendo
primitiva e voltada basicamente para negócios cruéis, a rede funcionava de
forma admirável. Era formada por ilhas, esconderijos remotos onde os
navios podiam ser abastecidos com água e comida, e os resultados das
pilhagens eram trocados por artigos de luxo e de necessidade. Algumas
dessas ilhas hospedavam "comunidades intencionais", mini-sociedades que
conscientemente viviam fora da lei e estavam determinadas a continuar
assim, ainda que por uma temporada curta, mas alegre.
Há alguns anos, vasculhei uma grande quantidade de fontes
secundárias sobre pirataria esperando encontrar algum estudo sobre esses
enclaves - mas parecia que nenhum historiador ainda os havia considerado
merecedores de análise. (William Burroughs mencionou o assunto, assim
como o anarquista britânico Larry Law - mas nenhuma pesquisa sistemática
foi levada adiante.) Fui então em busca das fontes primárias e construí
minha própria teoria, da qual discutiremos alguns aspectos neste ensaio. Eu
chamei esses assentamentos de Utopias Piratas1.
Recentemente, Bruce Sterling, um dos principais expoentes da
ficção cientifica cyberpunk, publicou um romance ambientado num futuro
próximo e tendo como base o pressuposto de que a decadência dos sistemas
políticos vai gerar uma proliferação de experiências comunitárias
descentralizadas: corporações gigantescas mantidas por seus funcionários,
enclaves independentes dedicados à "pirataria de dados", enclaves verdes e
social-democratas, enclaves de Trabalho-Zero, zonas anarquistas liberadas
etc. A economia de informação que sustenta esta diversidade é chamada de
Rede. Os enclaves (e o título do livro) são Ilhas na Rede.
Os Assassins2 medievais fundaram um "Estado" que consistia de
uma rede de remotos castelos em vales montanhosos, separados entre si por
milhares de quilômetros, estrategicamente invulneráveis a qualquer invasão,
conectados por um fluxo de informações conduzidas por agentes secretos,
em guerra com todos os governos, e dedicado apenas ao saber. A tecnologia
moderna, culminando no satélite espião, reduz esse tipo de autonomia a um
sonho romântico. Chega de ilhas piratas! No futuro, essa mesma tecnologia
- livre de todo controle político - pode tornar possível um mundo inteiro de
zonas autônomas. Mas, por enquanto, o conceito continua sendo apenas
ficção científica - pura especulação.
Estamos nós, que vivemos no presente, condenados a nunca
experimentar a autonomia, nunca pisarmos, nem que seja por um momento
sequer, num pedaço de terra governado apenas pela liberdade? Estamos
reduzidos a sentir nostalgia pelo passado, ou pelo futuro? Devemos esperar
até que o mundo inteiro esteja livre do controle político para que pelo menos
um de nós possa afirmar que sabe o que é ser livre? Tanto a lógica quanto a
emoção condenam tal suposição. A razão diz que o indivíduo não pode lutar
por aquilo que não conhece. E o coração revolta-se diante de um universo
tão cruel a ponto de cometer tais injustiças justamente com a nossa, dentre
todas as gerações da humanidade.
Dizer "só serei livre quando todos os seres humanos (ou todas as
criaturas sensíveis) forem livres", é simplesmente enfurnar-se numa espécie
de estupor de nirvana, abdicar da nossa própria humanidade, definirmo-nos
como fracassados.
Acredito que, dando consequência ao que aprendemos com
histórias sobre "ilhas na rede", tanto do passado quanto do futuro, possamos
coletar evidências suficientes para sugerir que um certo tipo de "enclave
livre" não é apenas possível nos dias de hoje, mas é também real. Toda
minha pesquisa e minhas especulações cristalizaram-se em torno do
conceito de ZONA AUTÔNOMA TEMPORÁRIA (daqui por diante
abreviada por TAZ). Apesar de sua força sintetizadora para o meu próprio
pensamento, não pretendo, no entanto, que a TAZ seja percebida como algo
mais do que um ensaio ("uma tentativa"), uma sugestão, quase que uma
fantasia poética. Apesar do ocasional excesso de entusiasmo da minha
linguagem, não estou tentando construir dogmas políticos. Na verdade,
deliberadamente procurei não definir o que é a TAZ - circundo o assunto,
lançando alguns fachos exploratórios. No final, a TAZ é quase autoexplicativa.
Se o termo entrasse em uso seria compreendido sem
dificuldades... compreendido em ação.
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Bolas de semente


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Manipulação de Massa

Cenas Extras:
http://www.youtube.com/watch?v=7pKJekRQKIQ

"A massa discute a manipulação da mí­dia?"

O documentário é um ensaio experimental sobre opiniões populares a respeito do poder de influência dos grandes meios de comunicação. A montagem, que deturpa ironicamente os depoimentos dos entrevistados, evidencia as possibilidades de se manipular informação, fazendo do próprio filme um exemplo de manipulação da mí­dia.

Roteiro, edição e direção: Guilherme Reis
Direção de produção: João Paulo Azevedo
Equipe de produção: Ronaldo Jannotti, Manuela Camisasca, Thaí­s Torres, Edicarlos Pereira, Gerson e Lélio Franklin.
Captação de som: Byron O'Neill e João Carvalho
Música: Rafael Nelvam, Gil Amâncio e Mateus Guerra
Direção de fotografia: Byron O'Neill, Gerson Pires e João Carvalho
Câmera: Byron O'Neill, Daniel Mendes, Gerson Pires, Gustavo Brandão, João Carvalho e Michel Brasil
Animação: Henrique Gomes - Adaptada da Ví­deo-instalação de Daniel Mendes
Manipulação de fotografias: Daniel Hazan
Montagem: Guilherme Reis, Daniel Hazan e João Paulo Azevedo
Fotógrafa: Maria Fiúza
Fotografia still: Alessandro Ceci, Gustavo Brandão, Maria Fiúza e Rodrigo Ladislau

Prêmios:

*Melhor Vídeo Nacional - 30º Festival Guarnicê - São Luiz do Maranhão 2007
*Melhor Edição - 30º Festival Guarnicê 2007
*Melhor Documentário - São Carlos Videofestival 2006
*1º Lugar (voto do público) - Festival CINEME-SE, realizado em Santos - SP 2006
*Melhor Montagem - Cine Amazônia 2006
*Melhor Edição - 10º FAM - Florianópolis Audiovisual Mercosul 2006
*Melhor Vídeo (júri popular) - IV Mostra Minas de Cinema e Vídeo 2006

Livro Deus e o Estado



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Elogio da Dialética


A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".


Bertolt Brecht

domingo, 21 de dezembro de 2008

sábado, 20 de dezembro de 2008

Dancem Macacos, Dancem

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Introdução à vida não fascista - Michel Foucault

Preface in: Gilles Deleuze e Félix Guattari. Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia, New York, Viking Press, 1977, pp. XI-XIV. Traduzido por wanderson flor do nascimento.

Durante os anos 1945-1965 (falo da Europa), existia uma certa forma correta de pensar, um certo estilo de discurso político, uma certa ética do intelectual. Era preciso ser unha e carne com Marx, não deixar seus sonhos vagabundearem muito longe de Freud e tratar os sistemas de signos - e significantes - com o maior respeito. Tais eram as três condições que tornavam aceitável essa singular ocupação que era a de escrever e de enunciar uma parte da verdade sobre si mesmo e sobre sua época.

Depois, vieram cinco anos breves, apaixonados, cinco anos de júbilo e de enigma. Às portas de nosso mundo, o Vietnã, o primeiro golpe em direção aos poderes constituídos. Mas aqui, no interior de nossos muros, o que exatamente se passa? Um amálgama de política revolucionária e anti-repressiva? Uma guerra levada por dois frontes - a exploração social e a repressão psíquica? Uma escalada da libido modulada pelo conflito de classes? É possível. De todo modo, é por esta interpretação familiar e dualista que se pretendeu explicar os acontecimentos destes anos. O sonho que, entre a Primeira Guerra Mundial e o acontecimento do fascismo, teve sob seus encantos as frações mais utopistas da Europa - a Alemanha de Wilhem Reich e a França dos surrealistas - retornou para abraçar a realidade mesma: Marx e Freud esclarecidos pela mesma incandescência.

Mas é isso mesmo o que se passou? Era uma retomada do projeto utópico dos anos trinta, desta vez, na escala da prática social? Ou, pelo contrário, houve um movimento para lutas políticas que não se conformavam mais ao modelo prescrito pela tradição marxista? Para uma experiência e uma tecnologia do desejo que não eram mais freudianas? Brandiram-se os velhos estandartes, mas o combate se deslocou e ganhou novas zonas.

O Anti-Édipo mostra, pra começar, a extensão do terreno ocupado. Porém, ele faz muito mais. Ele não se dissipa no denegrimento dos velhos ídolos, mesmo se divertindo muito com Freud. E, sobretudo, nos incita a ir mais longe.

Seria um erro ler o Anti-Édipo como a nova referência teórica (vocês sabem, essa famosa teoria que se nos costuma anunciar: essa que vai englobar tudo, essa que é absolutamente totalizante e tranquilizadora, essa, nos afirmam, “que tanto precisamos” nesta época de dispersão e de especialização, onde a “esperança” desapareceu). Não é preciso buscar uma “filosofia” nesta extraordinária profusão de novas noções e de conceitos-surpresa. O Anti-Édipo não é um Hegel pomposo. Penso que a melhor maneira de ler o Anti-Édipo é abordá-lo como uma “arte”, no sentido em que se fala de “arte erótica”, por exemplo. Apoiando-se sobre noções aparentemente abstratas de multiplicidades, de fluxo, de dispositivos e de acoplamentos, a análise da relação do desejo com a realidade e com a “máquina” capitalista contribui para responder a questões concretas. Questões que surgem menos do porque das coisas do que de seu como. Como introduzir o desejo no pensamento, no discurso, na ação? Como o desejo pode e deve desdobrar suas forças na esfera do político e se intensificar no processo de reversão da ordem estabelecida? Ars erotica, ars theoretica, ars politica.

Daí os três adversários aos quais o Anti-Édipo se encontra confrontado. Três adversários que não têm a mesma força, que representam graus diversos de ameaça, e que o livro combate por meios diferentes.

1) Os ascetas políticos, os militantes sombrios, os terroristas da teoria, esses que gostariam de preservar a ordem pura da política e do discurso político. Os burocratas da revolução e os funcionários da verdade.

2) Os lastimáveis técnicos do desejo - os psicanalistas e os semiólogos que registram cada signo e cada sintoma, e que gostariam de reduzir a organização múltipla do desejo à lei binária da estrutura e da falta.

3) Enfim, o inimigo maior, o adversário estratégico (embora a oposição do Anti-Édipo a seus outros inimigos constituam mais um engajamento político): o fascismo. E não somente o fascismo histórico de Hitler e de Mussolini - que tão bem souberam mobilizar e utilizar o desejo das massas -, mas o fascismo que está em nós todos, que martela nossos espíritos e nossas condutas cotidianas, o fascismo que nos faz amar o poder, desejar esta coisa que nos domina e nos explora.

Eu diria que o Anti-Édipo (que seus autores me perdoem) é um livro de ética, o primeiro livro de ética que se escreveu na França depois de muito tempo (é talvez a razão pela qual seu sucesso não é limitado a um “leitorado” [“lectorat”] particular: ser anti-Édipo tornou-se um estilo de vida, um modo de pensar e de vida). Como fazer para não se tornar fascista mesmo quando (sobretudo quando) se acredita ser um militante revolucionário? Como liberar nosso discurso e nossos atos, nossos corações e nossos prazeres do fascismo? Como expulsar o fascismo que está incrustado em nosso comportamento? Os moralistas cristãos buscavam os traços da carne que estariam alojados nas redobras da alma. Deleuze e Guattari, por sua parte, espreitam os traços mais ínfimos do fascismo nos corpos.

Prestando uma modesta homenagem a São Francisco de Sales, se poderia dizer que o Anti-Édipo é uma Introdução à vida não fascista.[1]

Essa arte de viver contrária a todas as formas de fascismo, que sejam elas já instaladas ou próximas de ser, é acompanhada de um certo número de princípios essenciais, que eu resumiria da seguinte maneira se eu devesse fazer desse grande livro um manual ou um guia da vida cotidiana:

- Libere a ação política de toda forma de paranóia unitária e totalizante;

- Faça crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação, justaposição e disjunção, mais do que por subdivisão e hierarquização piramidal;

- Libere-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, a castração, a falta, a lacuna), que o pensamento ocidental, por um longo tempo, sacralizou como forma do poder e modo de acesso à realidade. Prefira o que é positivo e múltiplo; a diferença à uniformidade; o fluxo às unidades; os agenciamentos móveis aos sistemas. Considere que o que é produtivo, não é sedentário, mas nômade;

- Não imagine que seja preciso ser triste para ser militante, mesmo que a coisa que se combata seja abominável. É a ligação do desejo com a realidade (e não sua fuga, nas formas da representação) que possui uma força revolucionária;

- Não utilize o pensamento para dar a uma prática política um valor de verdade; nem a ação política, para desacreditar um pensamento, como se ele fosse apenas pura especulação. Utilize a prática política como um intensificador do pensamento, e a análise como um multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política;

- Não exija da ação política que ela restabeleça os “direitos” do indivíduo, tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é o produto do poder. O que é preciso é “desindividualizar” pela multiplicação, o deslocamento e os diversos agenciamentos. O grupo não deve ser o laço orgânico que une os indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de “desindividualização”;

- Não caia de amores pelo poder.

Poder-se-ia dizer que Deleuze e Guattari amam tão pouco o poder que eles buscaram neutralizar os efeitos de poder ligados a seu próprio discurso. Por isso os jogos e as armadilhas que se encontram espalhados em todo o livro, que fazem de sua tradução uma verdadeira façanha. Mas não são as armadilhas familiares da retórica, essas que buscam seduzir o leitor, sem que ele esteja consciente da manipulação, e que finda por assumir a causa dos autores contra sua vontade. As armadilhas do Anti-Édipo são as do humor: tanto os convites a se deixar expulsar, a despedir-se do texto batendo a porta. O livro faz pensar que é apenas o humor e o jogo aí onde, contudo, alguma coisa de essencial se passa, alguma coisa que é da maior seriedade: a perseguição a todas as formas de fascismo, desde aquelas, colossais, que nos rodeiam e nos esmagam até aquelas formas pequenas que fazem a amena tirania de nossas vidas cotidianas.


[1] Francisco de Sales. Introduction à la vie devote (1064). Lyon: Pierre Rigaud, 1609.

Carta aberta aos governos do mundo

Por Emanuel de Nazaré 20/12/2008 às 02:24


NÃO ESQUECEMOS!

Hoje, dia 20 de dezembro, é um dia de luto para o mundo. Pessoas por todo o globo estão reunidas para relembrar e protestar contra todos que morreram nas mãos dos governos. Por isso, estamos aqui hoje para manifestar nosso profundo pesar e desaprovação frente as atitudes deles, e para confirmar o diagnóstico da doença de que todos os governos sofrem: o autoritarismo. Doença essa, que ataca todas as populações do mundo.

É também nosso objetivo, tornar pública a insatisfação dos que vivem sobre a corrupta tutela do Estado brasileiro, trazendo à tona as atrocidades e as atividades terroristas que ele comete contra sua própria população.

Essa carta é um alerta aos governos globais, para que entendam que a luta contra o capitalismo se faz presente na vida de bilhões de pessoas no mundo e uma saudação, aos corajosos guerreiros e guerreiras, que ousam lutar contra os cotidianos ataques à manutenção de suas vidas. Afirmamos que não passa pelas nossas cabeças permitir que toda essa violência seja feita sem resistência e solidariedade internacional. Estamos convictos de que os povos do mundo estão mais do que insatisfeitos com todo esse derramamento de sangue e disposto a tomar as rédias de suas vidas, afim de parar com tamanha violência.

Gostaríamos de deixar explícito que temos plena consciência dos motivos políticos de tamanha repressão por parte dos estados e da nítida manipulação por parte da mídia corporativa: que é manter a passividade dos que sofrem com as chamadas "reformas liberais", que não passam de uma subtração dos direitos conquistados através da luta de inúmeras gerações, que buscaram uma forma mais digna de se viver. Reformas essas, movidas pela utopia capitalista que busca um mundo onde o mercado e o lucro são os motores da humanidade. Reformas que colocam em cheque o bem-estar social, econômico, político, físico, psicológico e espiritual de todos os seres vivos do planeta, seja ele homem, animal ou vegetal. É em nome dessa utopia que Estados do mundo todo julgam-se no direito de sistematicamente eliminar vidas humanas, agindo de forma inconseqüente em relação as questões ecológicas, disseminando a ilusão da impossível sustentabilidade ecológica dentro do capitalismo.

Prova dessa postura, é o assassinato de Alexandros, morto brutalmente pela polícia grega. E também tem a cooperação de grupos nazi-fascistas, que alinhados as forças da repressão, agem de maneira covarde contra os movimentos sociais organizados pacificamente. Exigimos esclarecimentos do governo grego no que diz respeito aos relatos de tortura e maus tratos a imigrantes presos, por estarem no país na dita condição de "ilegal". Reivindicamos também, que as exigências dos imigrantes presos, que estão em greve de fome, sejam atendidas imediatamente. Bem como, a libertação imediata de todos os presos políticos do país. Manter essas pessoas atrás das grades, presas por lutar por uma vida mais digna, é um crime contra a humanidade. Atos radicais por parte da população grega não passam de uma resposta à altura do autoritarismo do governo grego.

No Brasil também somos vítimas do autoritarismo sem limites. A população brasileira sofre com violência cotidiana por parte da polícia. Jovens são mortos, apenas por serem suspeitos. Crianças são mortas e seus assassinos são absolvidos pela dita "justiça" e continuam a andar pelas ruas com as mãos sujas de sangue. Sofremos com uma polícia que se consolidou durante a ditadura militar e que, até hoje, opera da mesma forma. Atira primeiro para perguntar depois. Não esquecemos de nada. Queremos a punição dos torturadores e assassinos do período militar bem como a punição dos atuais. Não através da justiça do estado, feita pelos ricos e poderosos do país, mas através da justiça popular.

Mídia Independente